O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, July 30, 2005

Leitura Matinal -72

Já aqui vos dei cabo da paciência com inútil
palavreado sobre a memória. Hoje o enfoque é
diferente, pois, se releva a comparativa
permanência do recordado no nosso mundo interior,
ergue-lhe o intransponível obstáculo da obscuridade
do próprio ser quando, como acontece as mais das
vezes, não haja a reciprocidade que nos tome como
objecto nas mentes dos outros.
Na certeza azeda de que este vosso compilador não
perdurará longo tempo no Vosso Espírito, publico
uma poesia em que, com menos propriedade, o Autor se
enquadra nesta temática.
Do poeta brasileiro Casimiro de Abreu, o
poema cuja "queda", modestamente, permitiu que
ficasse registada no album de Nicolau Vicente
Pereira, em 1860:

Tudo muda com os annos:
A Dor - em doce saudade,
Na velhice - a mocidade,
A crença - nos desenganos!
- Tudo se gasta e se afeia,
Tudo desmaia e se apaga
Como um nome sobre a areia
Quando cresce e corre a vaga.

Feliz quem guarda as memorias,
As lembranças mais queridas,
No livro d´alma esculpidas,
Gravadas fundas em si!
- Essas duram; mas de que vale
Um nome desconhecido
Se ha de ser logo esquecido,
o nome que eu deixo aqui?

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